O chorinho nasceu no Rio de Janeiro, nos idos de 1860, como fruto da interação entre a cultura instrumental europeia e práticas rítmicas trazidas da África pelos escravos. Nessa época, se verificava uma convivência entre diferentes estratos sociais na cidade, provocada pela vinda da Corte Portuguesa, e esse contexto foi decisivo na criação do gênero.
Já no final do século XIX, nomes como Joaquim Callado – considerado um dos pais do choro –, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth se destacavam.
O século XX trouxe uma grande leva de chorões, compositores, instrumentistas, arranjadores. Tico-Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu, Brasileirinho, de Waldir Azevedo, Noites Cariocas, de Jacob do Bandolim, Carinhoso e Lamento, de Pixinguinha, e Odeon, de Ernesto Nazareth, são canções que marcaram definitivamente o gênero.
Alma brasileira
O choro carioca se confunde com a história de Alfredo da Rocha Vianna Filho, o mestre Pixinguinha, que completaria 102 anos em 2014. Em homenagem à sua data de nascimento, o Dia Nacional do Choro é comemorado em 23 de abril.
O choro também serviu de inspiração para compositores eruditos. Entre as criações de Heitor Villa-Lobos, o ciclo dos choros é considerado a mais significativa, em homenagem ao que ele chamou de "a essência musical da alma brasileira".
Alegre, apesar do nome
Os conjuntos de choro são chamados de regionais e os músicos, compositores ou instrumentistas, de chorões. Os regionais são geralmente formados por um ou mais instrumentos de solo, como flauta, bandolim e cavaquinho, que executam a melodia. O cavaquinho faz o centro do ritmo, e um ou mais violões, além do violão de sete cordas, formam a base do conjunto, contando, ainda, com o pandeiro para marcar o ritmo.
Apesar do curioso nome, o gênero é, em geral, de ritmo agitado e alegre, caracterizado pelo virtuosismo e improviso de seus participantes, que precisam de bastante estudo, técnica apurada e pleno domínio de seu instrumento.
Patrimônio Cultural Carioca
Em maio de 2012, o choro foi decretado Patrimônio Cultural Carioca em reconhecimento à sua importância e a das canções que se tornaram clássicas, fazendo parte, hoje, da construção da identidade carioca e nacional. Como bem cultural de natureza imaterial, consta no Livro de Registro das Formas de Expressão do IPHAN, dedicado às manifestações artísticas em geral.